terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Vida Mística e Oculta de Jesus(livro parte10)

Elucidações
No alinhar desta colcha de retalhos, tivemos ocasião de tocar em alguns
pontos, dos quais, depressa, nos afastávamos, para não argumentar a
complexidade do assunto.
Julgamos, porém, ser útil elucidar alguns, embora muito superficialmente,
pois seu completo desenvolvimento poderá ser obtido, recorrendo-se às obras de
Saint-Yves, de Fabre d'Olivet, de Edouard Schuré e de outros escritores que temos
citado. Estamos certos de que não será pequeno o benefício que isso trará aos
estudiosos e sedentos de Verdade, porque é pelo estudo, remontando às principais
fontes e fazendo comparações, que o espírito inteligente tirará suas conclusões,
descobrindo, senão a Verdade, pelo menos o erro que os sofismas produziram.
Assim é que várias vezes nos referimos a Rama, como primeiro patriarca
legislador das índias, do Irã241 e do Egito.
A existência desse personagem foi descoberta por Fabre d'Olivet242,
porém mais profundamente pesquisada por Saint-Yves, que remontou a 86 séculos.
Edouard Schuré243, igualmente, estuda esse primitivo patriarca e
reconhece sua passagem na Terra.
Mas como conhecemos pessoas eruditas, que duvidam dessas
existências, considerando-a, pelos enciclopedistas interessados, como uma
divindade mitológica da Índia, vamos passar a pena a Saint-Yves:
241 Chamado mais tarde de Meda, Persomeda, Pérsia etc.
242 Histoire philosophique du genre humain.
243 Os Grandes Iniciados.
372
"Há três meios para fixar a data do ciclo de Rama: 'a
cronologia dos Bramas, a de Arriano e um documento escrito
pelo próprio Rama no céu mesmo244”.
"Daçaratha, o Rawhó245 destronado pelo patriarca
Rama, era o quinquagésimo monarca solar desde Ikshauku,
filho do sétimo Menu, filho de Vaivasuata, que foi salvo do
último dilúvio”.
"Ora, os Bramas contam 12 mil anos por Menu ou
Lei Orgânica interdiluviana; eles recuam o reino de Daçaratha a
21 séculos após o último cataclismo”.
"Esses cálculos dão pouco mais de 86 séculos antes
da presente data de 1884 e concordam com os do sábio
historiador Leonard W. King, já falecido, que os computava em
seis ou sete mil anos antes de Jesus Cristo".
Ademais, para confirmar essa relativamente pequena Antigüidade de
8.600 anos pelas provas acima, basta recorrer-se aos incontestáveis livros de
Heródoto, historiador do Egito, que lá viveu familiarmente entre os sábios, enquanto
o país estava sob o domínio dos persas, os quais lhe mostraram as 341 estátuas
dos Pontífices Reis, dos Melquisedeques, representando gerações de homens, cuja
duração é estimada por esse historiador em 11.340 anos.
Em Assur, antiga Capital da Assíria, o deus do céu era chamado Anu, o
qual compartilhava do templo de Raman, que supunham ser o filho daquele deus,
244 Subentende-se – o planisfério astrológico.
245 Monarca – sendo seus representantes os Pha-Raós (Reflexo do Rei).
373
isto é, do pontífice Ram, igualmente conhecido na Babilônia, conforme veremos
abaixo.
"Segundo os dados dos Santuários gregos, sírios e
egípcios, Arriano diz que, desde Rama até Sandrocottus,
contavam-se 64 séculos.
"Ora, Alexandre foi contemporâneo e rival de
Sandrocottus, três séculos e 26 anos antes de nossa era, o que
dá para a fundação do ciclo de Rama, de Dionísio, de Osíris,
86 séculos e alguns anos.
"Plínio concorda com Arriano."
Priaulx e Lightfort, dois reputados sábios orientalistas, sustentam que
Hércules, da mitologia grega, bordado sobre o planisfério a que se refere Plínio, foi
Rama.
"Enfim, continua Saint-Yves, Rama, tendo escrito ele
mesmo um dos seus livros em língua hermética e em
hieróglifos primitivos, na Esfera estrelada que lhe devemos246,
tomou o cuidado de lhe indicar a data astronomicamente,
pondo ali seu Carneiro zodiacal à frente, face para a
retaguarda, fugindo o Ocidente."
"Ora, o ano céltico era lunar, e, se bem que Rama
conhecesse o ano solar e reservasse o total sistema do mundo
246 O Arqueômetro.
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ao ensino esotérico, ele deixou a seus povos o uso do ano
lunar, ao qual estavam habituados."
"Esse ano começava na Modra-Necht, nessa noitemãe
do Solstício de Inverno, em que se celebravam em volta
dos Cromlechs a festa da Nova-Salvação, da Nova-Saúde,
New Heyl, Noel, nosso Natal."
"Esta noite, ponto de partida da Ordem Zodiacal do
Carneiro, corresponde hoje ao Sagitário."
"Esse afastamento, de cerca de quatro signos, nos
dá mais de 86 séculos na hora atual."
"Essa quádrupla concordância cronológica dos
Bramas, de Arriano, de Plínio e de Rama mesmo, fixa,
exatamente, o início do ciclo do Carneiro ou do Cordeiro."
"Não é indiferente notar-se que as festas de
Mammon e de Osíris celebravam-se no Natal247, como a de
Baco, de Devanahirsha, de Gian-Shyd etc."
Rama, cujo nome em celta e em inglês (Ram) significa Carneiro, era celta
europeu, tendo adotado esse epíteto, que lhe deram insultuosamente, como brasão
do estandarte que guiou seu povo na conquista da África, da Índia, da Pérsia, do
Egito.
Os persas substituíram o nome da constelação do Carneiro pela do
Cordeiro, quando Rama, deixando o Poder, assumiu a Tiara pontificai com o título
de Lama, que significa Cordeiro.
247 Isto é, no dia em que o Sol, se achando no zênite, recomeça uma nova carreira. O Cristianismo
adaptou esta tradição ao nascimento de Jesus, por considerá-lo como o início de uma nova era.
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E esse povo celta europeu, que constituirá mais tarde os arianos,
derivação de Áries (carneiro) e que os modernos historiadores aplicaram,
erroneamente, como sendo um povo de raça ariano, que nunca existiu, como raça
propriamente dita e que o chanceler alemão Hitler queria ainda mais embaralhar,
atribuindo a origem desse povo, como provindo da antiga Germânia, o que é falso.
É esse povo Celta que, muito mais tarde, Moisés selecionará no Egito
para constituir o povo de Israel. "Lembra-te que eras estrangeiro na terra do Egito",
lhe repetia Moisés.
Sylvain Levy248, com sua abalizada opinião como erudito professor do
Colégio de França, acha que os arianos têm como fonte principal a ítalo-celtida.
C. P. Tiele249 diz que a mitologia comparada provou que os arianos, no
sentido amplo do termo, abrangem os hindus, os persas, os leto-eslavos, os frígios,
os germanos, os gregos, os ítalos e os celtas, os quais possuíam, outrora, a mesma
língua, bem como a mesma religião, dando assim razão a Moisés quando diz que a
terra era de uma só língua e de uma só fala.
Do mesmo modo, errada é a denominação de raça semítica, que, mais
tarde, deram como origem dos israelitas, pois, Sem, o suposto filho carnal, do
suposto Noé, o princípio biológico do nosso sistema solar, corresponde a Abel e
significa espaço etéreo.
As raças da terra, propriamente ditas, foram somente quatro: a vermelha,
a negra, a amarela e a branca250. Classificar, portanto, como raça os povos
germânicos, teutônicos, anglo-saxônicos, latinos etc., é tomar a nuvem por Juno.
248 L'Inde et le Monde — 1928.
249 Manuel de l'histoire des religions.
250 Nos tijolos achados na Babilônia e estudados por François Martin, já citado, existe um com o
oráculo dedicado a Assurbainpal, que, numa das linhas, assim se exprime: "... afim de que sobre os
homens das quatro línguas..." o hino a Varuna, no Atharvaveda, fala em cinco raças humanas.
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São essas confusões e deturpações de termos que têm produzido as incoerências
de que a História está cheia. E é pela rotina que os erros se vão confirmando.
Foi no ciclo de Rama, no Império Sinárquico Universal e especialmente
nas Índias, que se instituiu uma lei que dividiu o povo em quatro categorias sociais: a
raça vermelha à dos Xátrias, isto é, a casta militar; a raça amarela aos Vaixiás, isto
é, a casta comercial e industrial; a raça negra ou Sudras aos trabalhadores ou
párias e a raça branca ou Bramas, à classe sacerdotal.
No túmulo de Sethi I, que a ciência há de reconhecer um dia como o
sucessor de Rama, foram pintadas essas quatro raças com suas respectivas cores
(Figura 8).
Cada figura tem um nome inscrito: a branca é Tamahu; a amarela, Amu;
a negra, Halasiu e a vermelha, Rot, provavelmente os Rutas da História.
Não seria de estranhar que essas figuras, ali gravadas, representassem
uma comemoração à visita que esses reis, representantes dos seus países,
tivessem feito ao primeiro monarca Rama ou ao monarca então reinante e cujos
títulos pessoais fossem ali inscritos.
E bom lembrar, também, que essa antiga tradição, gravada por Moisés na
Gênese, simboliza essas quatro raças como sendo quatro rios oriundos de uma
mesma fonte (a religião) deslizando para os quatro pontos cardeais da terra. Moisés
chama-os de fluidos e dá-lhes os seguintes nomes: Phishon, Gihon, Hiddekel e
Prath.
Segundo tudo leva a crer, pelos destroços ainda espalhados no México e
na África, a primitiva raça da terra devia ter sido a Vermelha, por isso Moisés a
simboliza no seu Adão, feito de barro vermelho, segundo a crença babilônica de
onde ele a transplantou para a Gênese.
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RAÇAS CONHECIDAS DOS EGÍPCIOS
Vermelha Negra Branca Amarela
Figura 8
A vaca de Deir-el-Bahari, descoberta por Naville, em 7 de fevereiro de
1906, em Tebas, tem mais de três mil anos. Junto a ela se vêem dois faraós, um de
pele preta, de mãos postas, como que submisso à vaca; e o outro de cor vermelha,
segurando-lhe o leite. Entre os chifres da mesma, se vê o disco solar, representativo
da raça Vermelha e da sua respectiva dinastia solar, submetendo a Africana. É a
mesma dinastia solar que vigorava na. Atlântida, no México, no Peru, no Egito etc.
A vaca tem por nome Hathor, emblema da Ordem Touraneana (Thor-
Ram), o antigo Touran.
Pela tradição de todos os povos de Norte a Sul, cuja origem se perde na
noite dos tempos, dentre as quais se destacam os habitantes da zona glacial, os
escandinavos (que significa navegantes), bem como pelos livros sacros, dos
relativamente mais modernos, como sejam os caldaicos, os egípcios, os gregos, os
378
persas, os chineses na parte oriental, os de Angola, Congo, Tenerife e quase todo o
litoral da África, dos incas, do Peru, dos astecas do México, dos guaranis e tupis do
Brasil no novo Continente, em todos se verifica, a não se poder pôr em dúvida, que
a dinastia que regia esses povos era a mesma, por isso, todas adoravam o Sol como
símbolo visível da Potência Vital Criadora, como sendo o Filho do Deus Onipotente.
Esses povos possuíam uma profunda e antiqüíssima ciência acerca da
astronomia, que exigia, forçosamente, vastos conhecimentos matemáticos, químicos
e físicos. São essas ciências que Rama veio difundir pelo Oriente. Uma vez
vencedor no Continente africano, onde ele foi cognominado de Gian-Cid,
corrompido, com o tempo, em Djem-Shid, ele se dirigiu para a Índia, onde, mais
tarde, o poeta Valmiki lhe dedicou um poema intitulado Ramayana, verdadeira obraprima,
já traduzida em todas as línguas.
O Ramayana251 é o histórico inicial da grande conquista das índias pelos
celtas, tendo Rama à testa. A índia era uma colônia da raça negra.
Antes de Rama conquistar o Hindustão, ou seja, a Índia atual, cujo nome
era então Bharat-Khant ou Bharat-Versh que significa Tabernáculo de Bharat, já
esse país possuía, por intermédio do seu primeiro legislador, Bharat, a síntese
divina, representada por Wôdha, isto é, a Eternidade, ou antes, o padrão de tudo
quanto é eterno; a eterna bondade, a eterna sabedoria, a eterna potência etc. Esse
termo, que é encontrado em todos os cultos e mitologias da Terra, degenerou, com o
tempo, em Buda e passou a ser assim adotado até hoje. Bharat dava-lhe o
sobrenome de Iswara, isto é, o Ser Supremo.
Rama conservou esses termos.
251 Le Ramayana – H. FAUCHÉ – 1864.
379
É certo que todo aquele que ler este inimitável poema e não possua os
conhecimentos que, muito imperfeitamente, temos indicado nestas páginas,
considere Rama como um personagem puramente nacional ou mitológico, o qual,
auxiliado por uma legião de macacos, teria desenvolvido sua atividade,
atravessando florestas e vencendo, por fim, o inimigo.
Sabendo, porém, que esses macacos se referem aos negros
bosquínianos e a um povo de pigmeus, que ainda vivem na região mais povoada
desses quadrúmanos, e que os nomes ali citados são símbolos religiosos, facilmente
se reconhecerá o erro cm que muitos laboram, por falta de leitura.
Nessa ilusão vivem igualmente os Maçons que tomam o termo Hiram,
como um personagem de carne e osso e referem as enciclopédias, que construiu o
templo de Jerusalém, e foi morto.
A Pérsia, atual Irã, foi a terra em que Rama estabeleceu seu primeiro
templo, na cidade que ele chamou de Paradesa (paraíso), conforme veremos mais
adiante.
Não é de estranhar, portanto, a quem sabe pesquisar, encontrar-se, na
Maçonaria, o triângulo como um símbolo cabalístico, quando nada mais é do que
um resumo dos dois triângulos de que é composto o hexágono (Figura 2) redução,
por sua vez, do dodecágono do Arqueômetro de Rama, ou seja, da Síntese das
Ciências.
No Zenda-Avesta, p. 108, 9a., lê-se o seguinte: "Zoroastro consultou
Orzmud nos seguintes termos: 'O Orzmud, absorvido na excelência, justo juiz do
mundo... qual foi o primeiro homem que vos consultou como o estou fazendo!'
Então, Orzmud disse: 'o puro Giam-Shid, chefe dos povos e dos rebanhos, ó Santo
Zoroastro! foi o primeiro homem que me consultou como tu o fazes agora'. Eu lhe
380
disse: 'no começo, eu que sou Orzmud, tudo criei, submete-te à minha Lei... meditaa
e propaga-a entre teu povo... Depois ele reinou... Eu lhe pus na mão um gládio de
ouro. Ele se encaminhou para a Luz, para o país do meio-dia e ele o achou belo...'".
Depois de firmados ali seus ensinos, recebidos da tradição antediluviana,
seguiu ele para a Pérsia, fundando observatórios astronômicos sob a direção de
vários Zoroastros (Zaratustra)252, instituindo a dinastia solar, isto é, a religião do Fogo
sagrado, representado pelo Sol, pelo Filho de Deus, pelo Cristo em suma, salvador
e potência divina, como era conhecida.
Continuando sua marcha vencedora, entrou ele no Egito, onde fundou a
Ordem dórica, como tipo da ciência arquitetônica, a mesma que se encontra no
México, na Índia e alhures, e organizou seu Império sob a égide do Carneiro, não só
por simbolizá-lo (Ram) como chefe do rebanho, como por coincidir sua chegada ali,
com a entrada do signo zodiacal, representado por esse animal. Esse estudo foi
verificado por astrônomos e as descobertas arqueológicas vieram confirmar a
existência naquelas eras de um Reinado do Carneiro, ou seja, da Lei de Amon
(carneiro).
A arca de Amon, em Tebas, como se vê em qualquer livro de egiptologia,
Maspero e outros, é representada tendo à frente e atrás uma cabeça de carneiro e é
encimada pelo disco solar, representando a religião de Rama e sua dinastia.
Na Índia ainda hoje se vêem inúmeras esculturas nos templos, milenários,
reproduzidas pela revista Les Arts, na qual figura Rama, entre Carneiros e
Cordeiros, e na qual, igualmente, se descreve a vida de Buda, já se preparando para
descer a Terra, já caminhando sobre as águas, já distribuindo alimento à população
faminta etc.
252 Chefe da Milícia Celeste, ou seja: Diretor do Observatório Astronômico.
381
Na Babilônia, achou-se uma estrela representando Rama de pé sobre um
Carneiro, e coroado com o disco solar253.
Inúmeras alamedas conduzindo aos templos, ladeadas por carneiros
esculpidos, ainda são vistas no Egito.
Foi o Reinado do Carneiro — o Reinado da Paz.
A este reinado sucedeu o de Touro, cujo signo Zodiacal, igualmente,
sucede ao do Cordeiro.
Eram os touraneanos, os povos de Thor, do Thor-Ram, inimigos dos
persas. O touro alado, representando o rei da Babilônia, ainda é uma prova.
Quando Jesus se reencarnou na Terra para restabelecer o Reinado da
Paz, o Reinado do Cordeiro, entrava, igualmente, no Zodíaco, o signo
correspondente aos Peixes. Os primitivos cristãos perseguidos usavam este signo
como símbolo para se reconhecer254. Não haverá também nisso certa analogia com
os pescadores discípulos do Nazareno?
A atual tribo dos angamis, no Vale de Assam, ao nordeste da índia, nos
limites da Ásia Central, do qual alguns credos cristãos querem que tenha nascido o
primeiro casal humano255, é descendente dos conquistadores que agiram sob as
ordens de Gian-Cid, ou Shid.
Entre as três primitivas tribos romanas, havia a de Ramnensis. O sufixo
nensis significa: Autoridade, Poder.
Abdicando, mais tarde, do bastão de comando, tomou esse patriarca o
báculo pontifical, sob o título de Lam, ou seja, Lama, que significa Cordeiro.
253 François Lenormand — Histoire Ancienne de l'Orient.
254 Quo Vadis, de SIENKIEWICZ.
255 O Padre Raymundo Pennafort é mais arrojado; garante que foi no Amazonas! – História do Brasil.
382
Sua religião propagou-se por tal modo que vamos encontrá-la no
Lamaísmo, no Tibete, na Mongólia, para onde foi levada pelo grande guerreiro e
conquistador Gêngis Khan, e mesmo na China.
Ossendowski256 diz que o culto a Rama ainda existe na Mongólia.
Em um dos diferentes ritos lamaicos, da seita dos Bonés amarelos,
discípulos de Tsong Kaba, cuja descrição se encontra em Initiations lamaiques, de
Alexandra David Niel, surge a sílaba Ram em um círculo vermelho de fogo.
Vigoravam, pois, em todo o Universo o Império do Carneiro e a Religião
do Cordeiro.
Seu templo, ou antes, o templo que ele ergueu ao Deus Todo-Poderoso,
foi instalado no Irã (I-Ram) hoje Pérsia, entre Balk e Bamian, num local que ele
denominou Paradesa (Paradêsha) e que a lenda, mais tarde, transformou em
Paradesa, Pardesa, Paradiso, Paraíso...
Daí a história do famoso personagem maçônico que nunca existiu. Daí a
fantasmagoria do nascimento de Adão e Eva nesse lugar, que, certamente havia de
ser um jardim de delícias, não só pelo clima, que é o melhor do mundo,
correspondendo geograficamente ao dos planaltos da nossa hinterlândia, como pela
pureza da religião de amor que ali reinava e ainda reina no Budismo.
Adam (A D M), como teremos ocasião de estudar, significa naquelas eras:
Academia, Universalidade.
Da árvore da Ciência dos Patriarcas, que Rama ali implantou ou,
simbolicamente, plantou, isto é, a divulgação da Ciência astronômica, cujo
planisfério, como teremos ocasião de estudar, representa um hemisfério que encerra
o Verão e a Primavera e outro o Outono e o Inverno, o primeiro sentido da Bíblia fez
256 Homens, bestas e deuses – em português.
383
duas árvores desconhecidas da botânica; uma do bem e outra do mal, e numa delas
enroscou uma vil serpente, dotada, por milagre, só naquele momento, dos
complicados órgãos próprios a emitir voz humana e formar palavras, cuja prosódia
nunca se conheceu, para enganar torpemente uma pobre e ingênua mulher, que não
havia pedido para ser extraída de costela alguma257, causando depois o famoso
pecado original de que já tratamos, pecado ocorrido há uns seis mil anos, e por cujo
crime o meigo Jesus veio se fazer espetar em uma cruz, crença essa, em suma,
completamente desconhecida antes, e só introduzida, cerca de 400 anos depois, no
tempo de Santo Agostinho, quando vigorava em todo seu esplendor a doutrina
Zoroastriana de Mani, o Maniqueísmo, por este santo adotada.
Felizmente, a data de 8.600 anos em que Rama por ali andou, as
modernas descobertas de templos e cidade soterradas no Egito, no México, no Peru,
os livros de Maneton e outros, destroem por si só essa infantilidade de 6 mil anos de
idade da terra, ensinada pela Igreja Romana, e arrasta consigo todas as puerilidades
que a ela se prendem, e estabelece uma velhice para mais de 473 mil anos,
segundo as informações de Diodoro, colhidas nas observações astronômicas dos
Caldaicos.
Ora, em um país como o nosso em que muitos são analfabetos e dos
restantes apenas, talvez, 2% se dediquem a esses estudos, é claro que o clero
católico procure manter o povo na ignorância, pois a luz dissiparia as trevas em que
vive, e algo sofreriam suas finanças, e, conseqüentemente, a Fé imposta.
O padre Vigouroux em sua citada obra diz: "É certo que as tradições
conservadas pelos escribas assírios são anteriores a Moisés e mesmo a Abraão".
257 Foi uma das razoes que o Concilio de Trento negou alma à mulher!
384
Isso dito por uma das maiores mentalidades católicas serve de rolha a
apologistas incapazes mesmo de lê-lo.
Hoje, com o progresso da Arqueologia, não mais é permitido argumentar
com a letra desses textos para firmar teses, uma vez que esses mesmos textos
exprimem coisa bem diversa que o legislador de Israel soube condensar em sua
Gênese, sob três sentidos bem distintos, conforme vimos nas Figuras 3 e 5.
A religião de Rama, que era, exatamente, a que Moisés mais tarde
transmitiu à humanidade, tinha por símbolo de paz o Cordeiro. Esse símbolo servia
para os holocaustos do legislador de Israel como havia servido anteriormente ao
patriarca Abraão, na suposta imolação do seu filho Isaac, cujo nome, felizmente para
ele, significava Princípio de Agregação ao Centro.
Na-Ram-Sim, o rei de Acádia, era um descendente de Rama, de quem
herdou um grande império. Esse rei usava uma coroa com chifres de carneiro. O
signo divino com que este rei assinava seu nome era significando a dinastia
solar.
Os próprios cornos com que se enfeita a testa de Moisés nada mais são
do que o símbolo da religião do Cordeiro; pois há de convir que Moisés não era um
fenômeno humano! (Figura da capa)258.
O báculo de todos os pontífices, bem como a tiara do Papa com o
simulacro de dois cornos, o bastão de João, o Batista, além do cordeiro com que o
fazem sempre acompanhar, o cajado dos eremitas e profetas, nada mais simbolizam
pela sua curvatura, do que os chifres daquele animal e, conseqüentemente, a
religião de Rama.
258 Cópia da estátua de Moisés, no museu do Louvre esculpida por Miguel Ângelo.
385
Por que, em suma, a Igreja Católica chama e representa o próprio Jesus
como Cordeiro em vez de o representar, pelo menos, como o Pastor?
Porque a tradição impôs essa figura indestrutível da religião de Rama e
da sua cosmogonia.
Sobre o altar católico se vê o Livro selado com sete selos, sobre o qual se
acha deitado um cordeiro.
Jesus é de fato o Cordeiro Místico.
Até o ano de 680, sob o pontificado do papa Agatom, e no reinado de
Constantino, o Cristo era representado como um Cordeiro, ora unido a um cálice que
continha seu sangue, ora ao pé da cruz. Mas, no sexto Sínodo de Constantinopla,
este modo de figurar o Cristo foi substituído por um homem crucificado, o que foi
confirmado por Adriano I.
Nasce daí o Cristo na Cruz.
Agni, um dos atributos do Deus Persa, o deus do fogo, está igualmente
sentado sobre um cordeiro azul.
O Deus Amon do Egito é sempre representado com uma cabeça de
carneiro.
Essa denominação de Cordeiro, dada ao Cristo, na Cosmogonia dos
persas, antes de haver Cristianismo, se acha em todos os livros sagrados dos
cristãos; mas, principalmente, no Apocalipse de João. E como Cordeiro que ele
representa Jesus. Ali, os iniciados nos mistérios são qualificados de discípulos do
Cordeiro. Este é representado sangrado no meio dos quatro animais que,
igualmente, se vêem representados nas constelações zodiacais, e colocados nos
quatro pontos cardeais da esfera, um para cada um dos evangelistas. É perante
esse Cordeiro que os gênios das 24 horas, designadas no Apocalipse por 24
386
anciãos, se prosternam dizendo ser ele digno de receber potência, divindade,
sabedoria, força, honra, glória e bênção (sete qualidades, sete planetas etc.).
Pela Figura 9, gravada nos monumentos da Pérsia, milhares de anos
antes de existir o Cristianismo, é evidentíssimo e incontestável que João tivesse
extraído dali essa passagem do seu poema, como, aliás, todo seu livro, baseado
como está na astrologia, conforme veremos ainda.
Segundo Dupuis, o Deus Cordeiro de Roma é o antigo Júpiter dos
primitivos romanos, que já era cópia do de Amon dos egípcios, o vencedor do
príncipe das trevas na Páscoa; é o mesmo deus que no poema de Nonnus triunfa
de Tifon, na mesma época astronômica.
O Cordeiro também é a famosa besta do Apocalipse XIII, 1, 8, cujo
número 666 tem dado o que fazer ao engenho de muita gente, e que, pelo
Entretanto, é curioso notar-se que a soma dos valores dados pelos latinos às suas
letras, abstração feita do M, referente ao milhar, dá igualmente o famoso 666, sem
que, no entanto, as letras correspondam a nome nenhum de homem, como exige
João. Esse apóstolo se baseou, certamente, no alfabeto hebraico e seus respectivos
valores que, como vimos, claramente indicam o nome histórico de Jesus e sua
religião.
I = 10 M = 40
Sh = 300 Sh = 300
O = ___6 I = __10
316 + 350 = 666
É bem possível também que assim não seja, pois, do mesmo modo, isto
é, pela matemática quantitativa, se pode encontrar o termo Ph-I-Sh-O-N259 (Princípio
do Mal — o Militarismo) cuja soma também é 666; não encontramos, porém,
259 Um dos nomes simbólicos dos quatro rios ou fluidos etéreos, como já vimos, que ali é
representada pela casta militar.
387
correlação entre esse número e o nome de homem daquela época, nem mesmo com
o imperador Calígula, sob o reinado do qual foi escrito o Apocalipse, a não ser, por
analogia, com Nemrod, cujo epíteto, aplicado por Moisés, quer dizer Via do Tigre,
via do sangue, símbolo do militarismo, do qual surgiu a política, sinônimo de
Anarquia, que infelicita o mundo há 7 mil anos, quando Menés rompeu com os
templos de Tebas.
Figura 9
A numeração latina, representada por letras, foi uma composição
confusamente plagiada da numeração dos templos antigos, dos quais se originou a
Ciência do Verbo em que se baseava, por isso com essa numeração é impossível
remontar-se às eras pré-históricas e tudo quanto se bordar sobre ela é pura fantasia.
Entretanto, é curioso notar-se que a soma dos valores dados pelos latinos
às suas letras, abstração feita do M, referente ao milhar, dá igualmente o famoso
666, sem que, no entanto, as letras correspondam a nome nenhum de homem,
como exige João. Esse apóstolo se baseou, certamente, no alfabeto hebraico e seus
respectivos valores que, como vimos, claramente indicam o nome histórico de Jesus
e sua religião.
388
Assim:
I ................................. 1
V ............................... 5
X................................ 10
L................................ 50
C................................ 100
D................................ 500
666
Por isso todas as interpretações, por muito engenhosas que sejam, não
reproduzem nenhum nome de homem, embora pareçam simbolizar um futuro
personagem, como o Papa que, aliás, repudia por completo esta famosa Besta do
Deserto pelo pavor que lhe causam suas revelações.
Este número 666 está repetido três vezes na Bíblia segundo livro de
Crônicas IX, 13 — Esdras II, 13 — Apocalipse XIII, 1, 8.
Cordeiro em Caldaico se escreve A M R que, em hebraico, significa
Verbo, Palavra. É mais uma curiosa correspondência.
Segundo as descobertas modernas na Babilônia, o epíteto de Nemrod
corresponde a Izdubar, rei dos sumerianos, rei sanguinário, o que até então era
ignorado.
Moisés dizia-se filho de Am-Ram (Ordem de Rama) Êxodo VI, 20; o
profeta Jeremias XXXI, 15 aludia a esse personagem a voz que ouviu em Rama,
Eliú, amigo de Jó XXXII, 2, mago como ele na mesma Congregação, dizia-se da
família de Rama, e muitas outras passagens.
Abraão chamou-se primeiro Ab-ram.
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Os termos Pirâmide (Pa-rama), Semiramis, Ba-rama (Brahma), Ab-Ram
(Abraão), Ab-Ra-h-am (Abraão), os vários Ramsés (faraós), os Rameseuns, as
inúmeras cidades espalhadas pelo Oriente, cujos nomes encerram a sílaba Ram,
são outras tantas provas da existência desse estúpido legislador, que talvez fosse o
mesmo Quetzachoaltl, a que já nos referimos, ou ainda o mesmo Jesus que,
segundo suas próprias palavras, teria existido antes que Abraão fosse, pois a
própria Igreja o chama de Rei dos Patriarcas de quem o profeta diz que suas
saídas do empíreo são desde os dias da eternidade.
Krishna, cujo primeiro nome era Gopalla, que significa carreiro, chamado
em grego Bootes, é o mesmo personagem que os árabes chamam ainda de
Muphrid-al-Rami, isto é, o que explica Rama.
É esse patriarca, cujas ciências atuais já haviam sido por ele consignadas
na Pirâmide de Gizé, que estudaremos mais adiante, e cuja pedra, simbolicamente
tratada de angular por Jesus, os homens rejeitaram.
São essas ciências que os Magos iam transmitindo aos seus sucessores,
aos Melquisedeques, aos Jós, a Abraão, a Jacó, a Isaac, a Davi, a Salomão, aos
profetas, a Moisés, a Aarão, a Josué e que Jesus censurava aos fariseus de não as
penetrar nem deixar que o povo as penetrasse; são essas ciências que Paulo
conhecia, mas não quis explicar aos hebreus porque eles não o entenderiam260.
Ao lado desse monumento sintético de todas as ciências, Rama esboçou
e construiu o símbolo da sua religião, representado na fantástica Esfinge,
religiosamente venerada pelo discípulo amado de Jesus; esfinge que, apesar de
cognominada de Besta pelo Catolicismo, serve de brasão aos quatro evangelistas!!!
260 Vide- sua epístola aos hebreus.
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É essa religião, a do Cordeiro, que se espalhou por toda a Índia, pela
Pérsia, pelo Egito, pela Etiópia, que os Zoroastros, os Jós, os Krishnas, os Budas, os
Melquisedeques dizimados, se transmitiam de século a século, que Abraão legou a
Jacó, a Isaac, a Moisés e que Jesus veio restituir à humanidade esquecida, e que o
Catolicismo deturpou e cada vez mais anarquizou com seus Concílios, para estar de
acordo com os interesses políticos.
Como este nome de Rama pode motivar confusões a leitores pouco
afeitos à língua sânscrita, diremos que:
Rama (Ram), o Celta europeu é o primeiro patriarca;
Paraçu Rama, caracteriza a 6ª manifestação de Vishnu;
Rama Candra é a T. encarnação de Vishnu;
Bula Rama, irmão de Krishna seria uma manifestação de Xiva.
E, se não bastam essas citações, inumadas dos monumentos antigos,
passemos então à pena ao temível apologista católico, Louis de Ia Vallée Poussin.
Diz ele, em seu estudo acerca do "Budismo e das religiões da índia", na
parte que lhe coube, como colaborador da obra Christus, de Joseph Huby, que "a
origem do Budismo vinha do Arianismo, ou Indo-Iranismo, de onde surgiu o
Vedismo, cuja história foi longa, seguramente, surgindo daí o Bramanismo e mais
tarde, enfim, o Budismo".
Àp. 288, diz ele ainda: "... alguns (os hindus) adoram as mais sublimes
hipóstases de Brama, o Sol — Vishnu (naraiana) ou sua manifestação humana,
Krishna. Temos aí o Mitra da Pérsia (o Sol) como filho de Deus, chamado Jesus o
Cristo, e em Jesus Nazareno, a reprodução do Cristo".
Ora, tudo isso confirma o que temos dito a respeito do personagem Rama
(áries), cuja existência, se tivesse sido sondada por este escritor, como fez Fabre
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d'Olivet e outros, fácil lhe seria identificar a religião zoroastriana, ou seja, o
Arianismo, que se difundiu num longo lapso de tempo pela Índia, pela Pérsia, pelo
Egito, onde foi implantada pelo patriarca Rama, sobre a égide do Carneiro (Áries).
Foi o ciclo do Carneiro egípcio e do Cordeiro persa.
Era a dinastia solar universalmente conhecida, como já vimos, oriunda da
Atlântida, que criou o culto ao Deus Sol, o Mitra da Pérsia, o Osíris do Egito, o
Adônis da Fenícia, que morria cada ano para ressuscitar no terceiro dia, pelos
esforços de sua amante Istar. Daí o poema da "Descida de Istar aos infernos". É a
razão de encontrar-se o termo de Ram, repetido em inúmeras denominações de
localidades, de nomes de patriarcas como Abraão, de nomes de reis, como os
Ramsés, as Semiramis e até na síntese da Ciência, a Pirâmide.
O termo Rá, dos egípcios, fez crer que se trata do mesmo personagem
Ram, pois este nome era o do soberano de Heliópolis (cidade do Sol), ou seja, a
sede da dinastia solar, da ordem dórica atestada pela arquitetura ali encontrada.
Uma das provas que fortalecem a tese da existência do ciclo de Rama é
que Babilônia consigna em seus anais ter sido Amminadab, rei da Babilônia, gerado
pelo patriarca Ram. A confirmação desse fato é encontrada na Bíblia em Crônica I
cap. II, 10: "E Ram gerou Amminadab..." o que, por um lado, se, como já temos dito,
a questão de geração não exprimisse as filiações templárias, como se verifica no
capítulo I, em Enos, Cus, Mesraim, Canaã, Sidon, Hur, Ophir etc., isso contradiria o
versículo 27, que diz que "os filhos de Ram primogênito de Jerameel foram Maaz,
Jamim e Eker", o que faz com que Ram seja filho de Jerameel e não de Hesron;
pois, pelo anterior versículo 9, vemos que Ram era filho de Hesron; mas, pelos
versículos 10 e 25, vê-se que Ram era filho primogênito de Jerameel, aliás, do seu
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irmão mais velho, e não de Hesron, o que é confirmado pelo versículo 27, isto é, ser
Ram, filho primogênito de Jerameel.
De modo que Ram, como todos os outros nomes citados, não pode
representar, positivamente, personalidade de carne e osso, mas, sim, nome de
templos regidos por esses patriarcas, ou seja, academias ou princípios sociológicos
ou ainda cidades, como igualmente, se pode ver no versículo 10 que diz ser
Amminadab, filho de Judá, e, portanto, não de Ram, como se vê, ainda, no versículo
3, que estabelece a filiação de Judá.
Foi dessa genealogia templária que Jesus teria descendido, pois, da
filiação dos templos de Ram, surgiu Jessé (Isaías XI, 1), cuja árvore produziu Davi,
Salomão e outros, até o advento do Cristo.
Para corroborar ainda mais essas anomalias que deixam o espírito
vacilante a quem não prestar bem atenção, tomemos no mesmo capítulo II os
seguintes versículos:
Versículo 9, Diz ter nascido a Hesron os filhos Jerameel, Ram e
Chelubai; mas, no
Versículo 18, Vê-se que Caleb também é filho de Hesron, que não consta
no versículo 9, o qual gerou filhos, que não são os mesmos dos do versículo 42, e
que Caleb
Versículo 19, se casou com Efrata, que lhe pariu Hur, que é a cidade em
que viveu Abraão; e, tanto assim é que,
Versículo 24, Hesron morreu em Caleb-Efrata, como Jesus viria de
Belém-Efrata (Miquéias V, 23).
Ora,
Versículo 18, diz que Caleb era filho de Hesron, ao passo que
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Versículo 41, diz que Caleb era filho de Jerameel que, por seu turno era
filho de Hesron, e o
Versículo 50, diz que ele é filho de Hur etc.
Se todos esses nomes pertencessem propriamente a personalidades
geradas de casais, veríamos que uns são filhos do irmão mais velho, outros são pais
dos próprios pais e outros têm vários pais.
Nota se, ainda, que os personagens, ora geram nomes de filhos diretos
com suas mulheres legítimas e ora diferenciam os nomes dos filhos tidos de suas
concubinas, o que significa que, além dos templos oficiais, havia os templos filiados
à Ordem.
Nota-se, igualmente, que são sempre filhos e não filhas que eles geram.
Mas, para não nos alongarmos nesse labirinto, aconselhamos ao leitor
abrir uma Bíblia, nesse capítulo, e analisar com atenção essa embrulhada. Quando
mais não seja, servirá de divertido passatempo em noites frias e chuvosas; o leitor
poderá continuar pelos subseqüentes capítulos, e neles encontrará coisas
edificantes e estonteantes, senão, mesmo, um excelente remédio contra insônia.
Então se convencerá, como temos dito várias vezes, que os nomes da Bíblia
significam coisa diversa do que lá está, partindo, porém, tudo do personagem que
levou a luz ao Oriente.
Ademais, é intuitivo para quem estuda que os primitivos povos da Terra, e
sobretudo o pai Adão, estavam muito longe da invenção da grafia, que data de
tempos relativamente próximos. Esses povos, como os sumerianos e acadianos, que
datam de mais de dez mil anos, não poderiam ter possuído um arquivo de
genealogias tão completo e cheio de detalhes e minudências como é o da Crônica I,
que parte do pobre Adão, levando-se ainda em conta que, entre os atuais povos
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conhecidos, civilizados ou não, e entre nós mesmos no tempo da escravatura,
muitos nunca possuíram registros ou arquivos da sua origem e eram incapazes de
estabelecer a genealogia dos seus avoengos.
Acresce dizer que o dilúvio de Noé, que tudo aniquilou ou soterrou, não
permitiria que se reconstituísse a genealogia de Adão com tanta meticulosidade,
ficando esquecidos seus filhos Caim e Abel que lá não constam.
Que houve, de fato, o ciclo de Rama, muitíssimo antes de Moisés, não
padece mais dúvida; mas que esse Ram da Bíblia, com a genealogia truncada,
como ali está, seja o mesmo patriarca de há 86 séculos que foi colonizar o Egito, é o
que se não pode admitir, no sentido literal que lhe deram.
Que surgissem outros Ramas, depois do patriarca, como surgem reis e
papas de igual nome para conservarem a dinastia, é mais uma prova da existência
de um primitivo patriarca e do seu Ciclo.
Ora, por este pequeno estudo, é fácil deduzir-se, agora, que Rama não é
um personagem mitológico, como entendem os enciclopedistas, na sua maioria
acorrentados a interesses comerciais e ignorantes dos fatos passados nas eras que
denominam de Heróicas!

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