Missa
Há mais de oito mil anos, na Etiópia, já se dizia Missa idêntica à que se
diz, hoje, na Igreja Católica. A hóstia que o Pontífice consagrava ao Deus Supremo,
ao Todo-Poderoso, como o chamava o Pontífice Jó e os outros que o denominado
Livro de Jó nomeia, tinha a forma circular, tendo impressa, de um lado, a imagem do
Sol, simbolizando a dinastia solar e, do outro, o Cordeiro, representando a religião
de Rama.
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Essa hóstia, bem como o vinho, produto das primícias da lavoura, eram
consagrados pelo Pontífice reinante ao Todo-Poderoso, em missa campal, na qual o
povo comungava, juntamente com ele.
Essa missa dita hoje nas igrejas católicas é a mesmíssima celebrada
naqueles tempos. Foi o alexandrino Ammonius Saccha, fundador da escola
neoplatônica de Alexandria e mestre de Orígenes, Plotino, Longino e outros, quem a
copiou e a deu aos padres católicos, que a souberam adaptar sub-repticiamente ao
seu culto, séculos depois da morte de Jesus, constituindo hoje o principal baluarte
em que se apóia o romanismo.
Essa missa era celebrada pelo Pontífice, em ação de graças ao Criador,
por ter ele abençoado e protegido a lavoura, razão pela qual lhe eram ofertadas as
primícias da colheita que haviam sido recolhidas ao templo; mas, sem holocausto a
divindade de espécie alguma. Esse ritual ainda se verifica em certas ilhas da
Oceania.
A missa chamava-se Avahna-Pudja, ou Festa da Presença Real de
Deus, e se decompunha assim:
Hassanah, que deu origem a Hosana. Invocação
Suagata, elevação (do cálice)
Arkia, consagração (da hóstia)
Madu-Parka, comunhão (no cálice de ouro)
Atchamavis, ablução das mãos (no alguidar de prata)
Dupa, incensamento do altar e do tabernáculo
Niveddia, comunhão dos fiéis
Asservadam, bênção aos fiéis e aspersão da água lustral.
396
Foi daí, como se vê, que a Igreja Católica (e não o Cristianismo) tirou a
cerimônia da missa, criando o sacramento da Eucaristia, como analogia à Presença
Real de Deus que se supunha estar ali presente, assistindo à festa de regozijo; ao
passo que nesta Igreja, se sacrifica Jesus, se lhe come a carne, se lhe bebe o
sangue, igual aos antropófagos, e o mais curioso e revoltante é estar isso em
absoluto desacordo com as próprias palavras da vítima aos seus apóstolos
estupefatos quando disse: "As palavras que vos digo são espírito e verdade... e não
carne e sangue que nada valem".
Jesus disse mais261: "Tudo que entra pela boca desce para o ventre e é
evacuado262, o que sai da boca procede do coração e isso contamina o homem;
essa contaminação vem das doutrinas e preceitos forjados pelos homens, que
fingem me venerar".
Poderá haver carapuça mais bem talhada para o clero católico?!
A ceia de Cristo, usada pelos judeus, era uma comemoração do Êxodo,
aliás, parodiada por Moisés da última ceia de Buda, perpetrando, assim, uma prática
igualmente antiga. Essa ceia era, igualmente, usada pelos essênios. Assim, também
pensava Paulo.
"Fazei isto em memória de mim", disse Jesus263, isto é, reuni-vos para
ceardes de acordo com a lei mosaica, que eu não vim ab-rogar, e com os costumes
do povo de Israel, comemorando este dia, e não: Instituí dessa antiga praxe, um
sacramento eucarístico à minha pessoa, em que comereis minha carne e bebereis
meu sangue, por cujo holocausto cobrareis uma espórtula.
261 Mateus XV, 9, 17.
262 Pobre Jesus! Comido hoje e evacuado amanhã!
263 Lucas XXII, 19.
397
Diz Swedenborg: "Pode haver coisa mais detestável do que dividir o corpo
e o sangue do Senhor, em que o pão e o vinho, na Santa Ceia, são manifestamente
contra a instituição do sacramento, com o fim único de celebrar missas, das quais
tiram proveito?"
A frase que Marcos XIV, 22, 25 emprega é a mesma da de Êxodo XXIV,
8: "Este é o sangue do novo concerto", concerto da Aliança entre Jeová e o povo de
Israel.
Essa ceia é idêntica a de Elêusis, na Grécia, a de Mitra, na Pérsia, o que
escandalizou São Justino, o Mártir, que via nisso um engano diabólico; pois, assim,
o Cristianismo perpetrava um rito pagão.
O Sangue do Concerto, de Êxodo, tinha por fim cimentar a amizade entre
o povo; e este sangue do Cordeiro foi mais tarde, com o progresso da raça,
substituído por vinho. Com isso não concordou Paulo, pois Jesus lhe informara que
sua palavra recomendava a perpetuidade do rito mosaico.
Santo Agostinho, um dos pais da Igreja, nunca ensinou o dogma da
transubstanciação. O próprio Papa Nicolau II, no Sínodo de Roma, em 1057,
confirmou por decreto "ser erro crer que na hóstia tocamos sensivelmente com as
mãos o corpo de Cristo, o partimos e o trituramos com os dentes".
Ou os Papas são infalíveis, ou então, o que se vê hoje é uma farsa,
cinicamente impingida a uma maioria de homens cegos e mantidos nesta cegueira
por espertalhões.
Suprimi essa missa e dizei-nos onde foi parar a Igreja Católica!
Recorramos ao dicionário de Voltaire, e vejamos o que ele diz na palavra
Missa:
398
"Com efeito, São Lucas nos ensina que Jesus,
depois de ter distribuído pão e vinho aos seus apóstolos, que
ceavam com ele, lhes disse: 'Fazei isso em memória de mim'.
Ora, isso não se parece, absolutamente com o que a Igreja
Católica pratica, obedecendo a uma tabela de preços, que vai
da simplicidade a maior pompa, falada em língua morta, por um
pobre padre, ou cantada por um bispo, com ou sem órgão”.
"Mateus XXVI, 30 e Marcos XIV, 20 dizem, além
disso, que Jesus cantou um hino mosaico, cumprindo, assim, a
religião de Moisés”.
"João, que não se refere em seu evangelho nem à
distribuição do pão e do vinho, nem ao hino, estende-se,
entretanto, largamente, a respeito desse último ponto em seus
Atos, do qual eis o texto citado pelo segundo Concilio de Nicéia
e sonegado à literatura sacra264: 'Antes do Senhor ser preso
pelos judeus, diz este apóstolo bem amado de Jesus, ele nos
reuniu e disse: 'Cantemos um hino em honra ao pai (Jeová)
depois do que executaremos o plano que havemos
estabelecido'. Ele nos ordenou, pois, de formarmos um círculo,
segurando-nos pelas mãos, uns aos outros; depois, tendo-se
colocado ao centro, ele nos disse: 'Amém, acompanhai-me'.
Então ele entoou o cântico e disse: 'Glória vos seja dada, oh!
Pai'. Todos responderam: 'Amém'; continuando Jesus a dizer:
264 Col., 358
399
'Glória ao Verbo', etc., 'Glória ao Espírito', etc., 'Glória à Graça',
e os apóstolos respondiam sempre: 'Amém'.”
"Após outras doxologias, Jesus disse: 'Quero ser
salvo e quero salvar. Amém. Quero nascer e quero engendrar;
Amém. Quero comer e quero ser consumido; Amém. Quero ser
ouvido e quero ouvir; Amém. Quero ser compreendido do
espírito, sendo eu todo espírito, todo inteligência; Amém. Quero
ser lavado e quero lavar; Amém. A graça arrasta a dança;
quero tocar flauta; dançai todos; Amém. Quero entoar cânticos
lúgubres, lamentai-vos todos; Amém’ “.
Santo Agostinho, que comenta uma parte desse hino, em sua epístola a
Ceretius, acrescenta o seguinte: "Quero enfeitar e quero ser enfeitado. Sou a
lâmpada para os que me vêem e me conhecem. Sou a porta para todos que
quiserem bater. Vós, que vedes o que eu faço, guardai-vos bem de o divulgar". (Foi
por isso que o Catolicismo sonegou essa parte.)
"Esta dança de Jesus e dos apóstolos é visivelmente
imitada dos terapeutas e dos egípcios, os quais dançavam
após a ceia em suas Assembléias".
Esses terapeutas eram os mesmos essênios, de cuja seita Jesus fazia
parte. A crítica científica aprofundou por tal forma este ponto, que não é mais
possível pôr-se em dúvida essa filiação. A ruptura do pão, o batismo e a
apresentação do cálice constituíam os usos sagrados dessa seita. O pai de Jesus,
400
fugindo da Judéia, atravessando o monte Cassius, achou asilo em casa de um
essênio.
Esta e outras supressões feitas por Concílios, dos livros atribuídos aos
apóstolos, são uma das mil provas de que os atuais evangelhos são um péssimo
arranjo adaptado às conveniências da primitiva Igreja Romana.
Por que razão essa Igreja procedeu a tais supressões? Porque cheiravam
elas demais a Judeu-Cristianismo; não lhe convinha que as doutrinas judaico-cristãs,
ensinadas pelos discípulos do divino Verbo, seguissem o rumo do Mosaísmo,
combatidas, como vimos, por Paulo.
É uma das razões, igualmente, por que os livros atribuídos aos outros
apóstolos foram afastados pelos Concílios, sendo até considerados falsos.
Ora, ou os discípulos ensinaram a doutrina que ouviram do Mestre, ou
essa doutrina estava em desacordo com a recebida do mesmo. Neste caso, ou
Jesus não soube o que fez, era um pobre ingênuo quando os escolheu, ou foi iludido
por apóstolos hipócritas, o que faz também periclitar sua previdência, ou os
apóstolos externaram a verdadeira doutrina de Jesus que, aliás, não era dele, e, por
isso, esses livros não deveriam ter sofrido modificações de espécie alguma.
Diniz, o menor, em seu Recueil des Canons, e outros escritores
confirmam que no começo todos os fiéis comungavam na missa. Eles traziam o pão
e o vinho que o padre consagrava e depois os entregava a seus donos. Este pão
não era fermentado, como de costume, e raras eram as igrejas em que ele não era
levedado. O uso era mergulhar o pão no vinho, comendo-o assim ou comendo-o e
depois chupando o vinho por um canudo. Esse rito que era uma imitação da ceia do
Cristo mudou com o tempo, ou por prudência dos pastores ou por capricho, ou ainda
por conveniência comercial, obedecendo a um plano financeiro.
401
Acresce dizer que o ritual organizado para a celebração da missa
Católica, sobretudo nas cerimônias Fúnebres, não passa de uma verdadeira paródia
da magia branca, nas práticas do ocultismo ou da feitiçaria; o mesmo se dá quando
o padre traça com o hissopo ou com o incensório, petrechos mágicos, círculos de
água e círculos de fogo, em volta do morto, acompanhados de palavras cabalísticas
e toque de sinos para afugentar o diabo ou os maus espíritos. Com sinceridade:
Jesus teria ensinado essa encenação teatral?
Não é de hoje essa prática das igrejas católicas de badalarem pesados
sinos para esses e outros fins supersticiosos. Segundo J. G. Frazer265, o Código
sacerdotal Mosaico (Êxodo XXVIII, 31,35) obriga o sacerdote a usar campainhas nas
orlas das suas vestimentas, com o fim de afastar os maus espíritos. O Escolasta
Cristão João Tzetzes, Luciano, o grande canonista Durandus, do século XIII, o
arqueólogo Francis Grose, W. de Worde em sua Legenda Dourada, Longfellow, o
Pontifical Romano, e muitos outros escritores sacros, não cessam, com ares
circunspectos e com a alma, talvez, em riso, de propalar que o som do bronze ou de
qualquer metal tem a propriedade eficaz de amedrontar e rechaçar os maus espíritos
e os demônios, bem como as tempestades, os raios e outras calamidades cósmicas,
dirigidas, como devem ser, por entidades infernais.
Os selvagens de toda parte do mundo, na falta de sinos, usam tambores
e outros instrumentos de madeira para o mesmo fim.
João Huss (1415), reformador e professor da Universidade de Praga,
protestou contra a dominação italiana, adotou as Teorias de Wiclef, que propunha a
supressão dos monges e a confiscação dos bens do clero; exigiu que se
continuasse a comungar na missa com a hóstia e com o vinho que haviam sido
265 Le Folklore dans l'ancien testament.
402
suprimidos. O Concilio recusou o pedido, declarando-o herético junto com seus
adeptos, e organizou três cruzadas contra eles, as quais, aliás, foram funestas ao
Papa, à vista do que foi novamente permitido o uso do vinho.
João Huss foi excomungado e, quando o Papa Alexandre V conseguiu
deitar-lhe a mão, entregou-o ao Concilio de Constança que o mandou queimar vivo!
Simplíssimo!
Segundo a descrição feita por Alexandra David Niel266 há na seita dos
Bonés Amarelos, no Tibete, um ritual equivalente à missa do Catolicismo,
denominada "Sete Membros", mas sem imolação de espécie alguma.
Esse serviço é assim dividido:
1 °. — prosternação.
2°. — oferendas à divindade impessoal.
3º. — redimir falta cometida.
4° — colher inspirações virtuosas.
5°. — desejar que a doutrina de Buda se propague.
6º. — pedir aos santos para que não entrem já no Nirvana, a fim de
poderem assistir os fiéis no mundo.
7°. — aplicar a acumulação de méritos para a obtenção do estado búdico.
Que conclusões, pois, tirar da Missa do Romanismo? Que é o mais
vergonhoso embuste mercantil, no qual a espiritualidade se evapora por tal forma,
que só restam os resíduos monetários que mais interessam aos cofres do Vaticano.
Mas, para não nos prolongarmos, digamos também: Ita missa est.
266 Les initiations lamaiques.
403
Vós Também sois Deuses
Se, pois, todas as palavras pronunciadas por Jesus, e colhidas pelos
evangelistas, devem ser religiosamente aceitas como verdades, devemos agora
aprofundar, também, o sentido da frase, com que ele retorquiu aos fariseus: "Vós
também sois deuses", e ver o que queria ele significar com o termo deuses, pois
temos de convir que ele não se podia referir aos deuses dos pagãos, sendo Jeová
seu Pai o único Deus.
Nas épocas faraônicas, e muito anteriormente ao seu nascimento,
existiam os três Colégios, ou seja, as Academias instituídas pelo patriarca Rama:
Colégio do Povo, Colégio dos Deuses267 e Colégio de Deus, sem que Deus e
Deuses significassem divindades, como veremos mais adiante.
O primeiro era destinado ao ensino inicial e correspondia à nossa escola
primária; o segundo, destinado aos iniciados, correspondia ao nosso bacharelado
em letras; e o terceiro, destinado aos sábios (magos), correspondia às nossas
escolas superiores.
Do segundo Colégio, o dos Deuses, dos Iniciados, saíam os mais aptos,
por exames rigorosos, para o Colégio de Deus, e deste saía, por concurso, e por
provas morais, o mais sábio dentre todos, que ficava sendo o Pontífice Rei, o
Melquisedeque.
Quando os fariseus, isto é, os letrados, insinuaram que Jesus era Deus,
eles queriam chamá-lo de Mago, de Sábio, de Pontífice, de Rei de Justiça, ao que
Jesus respondeu que eles também eram Deuses, isto é, Iniciados.
267 Moisés escrevia Celohins, isto é, metátese: Milícia celeste, Astralidade, o Exercito Celeste, as
Forças fenomenais — as ciências em suma.
404
Davi, em seus Salmos (LXXXII), disse: "Deus (o Pontífice) está na
Congregação dos Poderosos (dos Pontífices Reis), julga no meio dos Deuses (dos
Iniciados). 'Vós sois deuses' e todos vós Filhos do Altíssimo. Os fariseus são
nossos". Ora, tachar-se Davi de politeísta seria o cúmulo da ignorância. Deus, para
ele, é o Altíssimo, o Senhor, e portanto Deus e Deuses se referiam, de fato, como
claramente ressalta ali, aos iniciados e aos pontífices da Ordem, de que ele mesmo
fazia parte — a Ordem de Rama por Abraão, Jacó, Moisés e, por fim, Jesus.
Dos lombos de Davi saiu a genealogia de Jesus.
Ser rei equivalia, em toda a parte, naquelas eras, a ser Pontífice, padre,
poeta, mas não no sentido de versejador, filósofo ou médico, porque eram homens
iniciados nas ciências.
Foi uma das razões da resposta de Jesus a Pilatos268: "És tu o Rei dos
Judeus?" — "Tu o dizes". Esta resposta, aliás, destoa bastante da que João colheu
(XVIII, 34).
Que existissem esses Deuses, esses Reis Magos, esses
Melquisedeques, na época em que Jesus nasceu, basta lembrar a vinda dos três, de
pontos bem afastados da Pérsia, para adorarem o Verbo encarnado, anunciado em
tempos por Zoroastro, pela coincidência da conjunção astronômica que eles
conheciam, como astrônomos que eram, e se transmitiam de século em século. Um
deles, Cita, de origem, conhecido na Bíblia por Gaspar, mas cujo nome verdadeiro
era Gondophares, foi um dos mais poderosos reis do Grupo Saka, que invadiu a
Índia, e cujo domínio se estendia pela margem do Indus. Suas moedas ainda são
vistas, hoje, no museu de Madras.
268 Mateus XXVII, II.
405
Esse Rei-Mago chegou a contratar o arquiteto Thomaz que, mais tarde,
tornou-se apóstolo de Jesus, para construir-lhe um palácio na Índia, no estilo grego.
Um outro chamava-se Melki-Or, que significa Rei de Luz.
Chamaremos, também, a atenção do leitor, dizendo que as três estrelas
que vemos no firmamento, e que o povo tradicionalmente chama de Três Reis
Magos, já são uma cópia das três estrelas que figuram, com essa denominação, nos
antigos planisférios.
Não será isso uma adaptação do Catolicismo como entende Dupuis?
As sucessivas traduções, e as diversas interpretações, cada qual mais
imperfeita, satisfazendo a interesses partidários, encheram o Novo e o Velho
Testamento, que por aí correm, de verdadeiras contradições e incoerências.
Jó, mago filiado à Ordem de Rama, em seu antiqüíssimo livro,
incorporado à Bíblia, pela sua importância tradicional, não cessa de falar dessa
Congregação, desses Conselhos de Deus, de que ele fazia parte, e de um dos quais
foi destituído e sofreu a maior humilhação, por ter, como ele mesmo o declara, em
vários lugares, para quem o compreende, desvendado certos mistérios, sendo, por
fim, readmitido pela sua humildade, recuperando sua primitiva glória. Eis o
verdadeiro sentido e não a tolice que se lê naquele livro de ser Jó uma vítima da
brincadeira do diabo com a licença prévia de Deus.
São esses Colégios, essas Academias, esses templos, em suma, que
foram destruídos pela invasão dos Irshuitas e dizimados seus Pontífices, dentre os
quais escapou o famoso Melquisedeque, de Salém.
É esta Ordem Dórica que foi substituída pela Ordem Iônica, perseguidos
seus sábios (magos), que tiveram de se ocultar, ocultando as tradicionais ciências,
chamadas hoje impropriamente de Ciências Ocultas.
406
Os irshuitas ou hicsos, também chamados de Pastores, invadiram o Egito
na dinastia XVII, cerca de 3.200 anos antes de Cristo, época em que apareceu
Abraão, segundo o quadro de Manethon.
Heródoto confirma a existência desses Colégios, que eram regidos por
um Sumo Pontífice.
A Velha Crônica dos egípcios fixa a duração do Reinado dos Deuses, em
36.525 anos (Champollion-Figeac — L'Egypte, p. 266).
Eis a base histórica em que se assenta a frase de Jesus — o restante é
fantasia de Escolas Modernas.
Filiações Templárias
Esses Colégios, essas Academias, ou melhor, esses templos eram
organizados por Confrarias masculinas e femininas, correspondendo ao que
chamamos hoje — Convento de frades — Convento de freiras.
Há, porém, grande diferença a notar entre os daquela época e os de hoje.
Outrora, das Confrarias masculinas saíam os sacerdotes e os profetas, e das
femininas as sacerdotisas e profetisas, após prolongados anos de estudos, de
meditações, de sacrifícios e de desprendimento físico, que lhes transformava o
estado psíquico, dando-lhes visões do futuro e inspirações divinas, ao passo que os
atuais conventos não passam de simples refúgio de almas descrentes ou
arrependidas, que julgam melhor salvar-se, seqüestrando-se da sociedade e fugindo
egoisticamente ao cumprimento dos seus deveres humanos, decretados pelo
Criador; nisso não vemos merecimento algum, pois o verdadeiro mérito de uma alma
consiste, exatamente, em conviver no seio de maus elementos, vencendo-os pela
palavra e pelo exemplo.
407
Diz Rondelet: "Deve-se temer a solidão da alma, por ser uma perfeita
tentação do egoísmo e do orgulho".
O egoísmo, que é o amor exclusivo de si próprio, em contraposição com o
amor de Cristo, que manda amar a todos, é o princípio de todos os vícios, crimes,
ódios e paixões.
São Francisco de Assis, o fundador da Ordem dos Franciscanos, dizia em
seu livrinho: "A perfeição não é inseparável do ascetismo organizado e monástico,
pode ser realizada até na vida comum do mundo. Prazer e desprazer sensíveis são
inócuos".
"... fazei, Senhor que o distintivo da nossa Ordem
seja o de nada possuir de seu sob o Sol, para glória do vosso
nome, e de não ter outro patrimônio senão a mendicância".
São Bento fundou sua Ordem, como um Porto de Salvação das tormentas
humanas. São Bruno fundou o Chartreuse do mesmo ponto de vista. Para eles o
gozo de Deus exigia a eliminação do orgulho, do amor carnal e de qualquer coisa
que se relacionasse com a terra. O monge dizia adeus ao mundo. Questões
políticas, guerras, partidarismo, festas, pai e mãe, parentes ou estranhos, tudo devia
ser banido do seu pensamento. Era um suicídio psíquico.
Os ascetas das religiões orientais se recolhiam, ora no seio das florestas,
ora em mosteiros, mas para adorar o Ser Supremo, sem figura, ao passo que
nossos mosteiros são feitos para se adorar santos e santas de várias denominações,
cujas vidas são bem problemáticas.
408
Jesus mandou que se amasse o próximo como a si próprio, se lhe fizesse
o bem, retribuísse o mal pelo bem. Ora, é claro que, para pôr-se em prática todos
esses mandamentos, é mister conviver-se com o próximo, sofrer dos maus seus
efeitos. Como, pois, o monge e a monja se enclausuram entre quatro paredes,
fugindo à sociedade e à própria família que repudiam execrando, portanto, a
humanidade, deixando de concorrer para seu bem?
No entanto, a corrupção política conseguiu penetrar nesses claustros e foi
minando sorrateiramente os alicerces da sua moral. De santos homens, venerados
por todos, tornaram-se barões feudais, forçados a entrar na peleja das ambições. O
monge Gregório, cognominado o Grande, que vivia em sua cela, no Convento de
Coellius, foi de lá arrancado para salvar Roma e a Itália, invadida pelos Atilas, pelos
Lombardos, aceitando o título de Papa, e, assim, sua vida destoou completamente
dos votos que fez ao entrar ali.
O voto de pobreza toma o indivíduo preguiçoso e ladrão, o de castidade
infringe a mais sábia Lei de Deus; o voto de obediência cega é a alienação da
liberdade que Deus deu ao homem.
Observar esses votos é ser criminoso, não cumpri-los é ser perjuro. A vida
de um frade é a de um fanático ou a de um hipócrita.
Os frades podem ser divididos em três categorias: juventude fogosa —
meia-idade ambiciosa — velhice, fanatismo e crueldade.
A freira é uma imitação da Vestal, com a diferença de que esta era tirada
virgem do seio das grandes famílias, sendo incumbida de zelar o fogo sagrado. Se o
deixasse apagar, ou se se entregasse a qualquer homem, ela era enterrada viva.
Ao que se chama hoje de Convento de Freiras, mais apropriado seria o
termo de Conventilho.
409
Apesar da dureza da nossa linguagem, expressão viva dos fatos
consumados e que se consumam diariamente, não pretendemos generalizar; há de
forçosamente haver exceções, como em tudo.
Contudo, para que nosso dito não fique sem um apoio, citaremos dois ou
três fatos da História dos Conventos. Não assistiremos às loucuras das Ursulinas e
outras, mas apontaremos os escândalos ocorridos na França e em Portugal, por
ocasião da separação da Igreja e do Estado, em que o governo foi recebido à bala
por frades e freiras e onde se foi encontrar uma fábrica de... meninos Jesus.
Henrique III, da Inglaterra, ordenara a visita jurídica em 144 conventos de
freiras; a metade das recolhidas se achava grávida, não, decerto, por obra e graças
do Diabo e ainda menos do Espírito Santo — que é useiro e vezeiro nessas coisas.
O Bispo Burnet, apresentando seu relatório, atestou que Sodoma e Gomorra não
chegavam aos pés da Inglaterra.
Expuseram-se ao povo todos os instrumentos e aparelhos da fraude: o
famoso crucifixo de Baklau que se mexia e andava, os frascos contendo líquido
vermelho, fingindo sangue, que escorria das feridas de santos de gesso, velas de
ferro imitando velas que nunca se apagavam, tubos que comunicavam com a
sacristia e abóbada da igreja para simular vozes celestiais, enfim, milhares de coisas
inventadas pela velhacaria para subjugar a imbecilidade.
O próprio Papa Gregório, o Grande, que instituiu e sancionou o celibato
dos padres, mandou escoar um lago existente próximo a um convento de monjas, e
nele foram encontrados para mais de seis mil esqueletos de crianças!!! Draper269 em
seu Relatório ao Rei da Inglaterra diz: "Contaram-se mais de cem mil mulheres
corrompidas pelos padres", o que levou o governo inglês a suprimir os conventos.
269 Os Crimes dos Papas — Mistérios e Iniquidades da Corte de Roma — Maurice de Lachatre —
Madras Editora.
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No Oriente, os frades tornaram-se os janízaros do ignorantismo; os mais
fanáticos pilhavam bibliotecas pagas para queimá-las; destruíam as obras de arte;
surravam os heréticos; assassinavam, em nome de Deus. Mais tarde eles se
tornaram odiados da cristandade pela sua preguiça, pela sua sensualidade, pela sua
insolente riqueza; eles escandalizavam a Igreja pelos seus incessantes conflitos com
o clero secular, ou por violentas querelas que as Ordens mantinham entre si:
"Conhecei a árvore pelo fruto, já dizia Jesus270".
Não está aí o escândalo passado com os bens de mão morta da nação
brasileira, durante o reinado de Rodrigues Alves, sendo seu Ministro J. J. Seabra,
bens que, por decreto imperial, respeitado pela nova Constituição da República,
passariam a pertencer à Nação pela morte do último frade ou freira brasileira, sendo
daí por diante proibido todo e qualquer noviciado? E, como lá existissem no advento
da República unicamente dois velhos frades, genuinamente brasileiros, frei Bento e
frei João do Amor Divino, a reversão daqueles bens não deveria demorar.
Para os frades estrangeiros, porém, que enchiam os conventos, urgia que
tal se não realizasse e, por meio de um sofisma, que consistia em naturalizarem-se
brasileiros, alguns frades alemães, novamente importados, que lá residiam,
tornaram-se brasileiros e milhares de contos de réis da nação, em dinheiro, jóias,
antigüidades e inúmeras propriedades, inclusive os mosteiros, passaram-se para o
Patrimônio do Vaticano, não sem alguma relutância da parte sã da imprensa e do
povo esclarecido que, afinal, foi facilmente subjugado pela cavalaria! É verdade que
isso valeu ao Brasil o Chapéu Cardinalício... e a Rodrigues Alves um bom lugar no
céu!
Qual será o patriótico governo que fará reverter esse patrimônio à Nação?
270 WILFRED MONO — Du protestantisme.
411
Mas ainda há coisa mais grave, ultrapassando as raias da desfaçatez e
constituindo o ato mais audacioso a que se não atreveria qualquer truste
estrangeiro. É o que ocorreu no Estado de Mato Grosso. A missão Salesiana obteve,
em 1921, do governo desse Estado, permissão para usufruir por dez anos um
latifúndio de 500 milhões de metros quadrados (território maior do que o de muitas
nações européias), na melhor e mais rica zona do Brasil. Terminado esse prazo, em
30 de julho de 1931, continuou a Missão na posse e usufruto e, em vez de, pelo
menos, pedir renovação de concessão, interpôs, muito ingenuamente, o pedido de
doação grátis daquele território!
Felizmente a "Coligação Nacional pró-Estado Leigo" interveio em tempo,
mandando um manifesto a Getúlio Vargas, chefe do governo provisório, cujo texto foi
publicado por Vanguarda em 7 de março de 1932.
Existe, porém, um fato que bem mereceria a atenção das nossas
autoridades. É o da crescente proliferação de congregações religiosas, sob
diferentes invocações e esquisita indumentária, cujos fins, aparentemente
destinados à caridade, são transviados em benefício dos que as dirigem.
Para isso empregam um simulacro de mendicância que, mais
propriamente, se classificaria de exploração do povo e dos incautos comerciantes,
como várias vezes têm sido desmascarados pela imprensa séria.
Além disso, é tão curiosa a homenagem prestada a essas congregações
que as próprias autoridades sanitárias não têm ingresso naqueles sagrados
claustros, a não ser acompanhados do bispo em pessoa, o qual, decerto, não está
disposto a esses passeios higiênicos, ao passo que colégios particulares e casas de
família são invadidos diariamente por legião de funcionários à cata do stegomia*
* N. do E.: Mosquito transmissor da febre amarela.
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dentro dos armários, acabando por se pôr fora o vasilhame dos quintais, onde os
animais bebem água, deixando-os morrer de sede.
Que vemos ainda pelo lado das finanças do país? Absoluta isenção dos
pesados impostos de que se acham onerados, comércio, indústria, artes liberais etc.,
quando as escolas de congregações e as igrejas não passam de casas em que se
negociam ensino, missas de várias categorias, batismo, casamentos, enterros,
talismãs etc., dessa renda sai unicamente o Dinheiro de São Pedro, remetido
anualmente aos milhares de contos de réis para as arcas do Vaticano.
Pelo lado patriótico, que vemos ainda?
Isenção do serviço militar e outras obrigações sociais aos noviços ou
padres jovens, em condições de pegar em armas, sob o curioso pretexto de que isso
é contrário aos princípios do Cristianismo! Não serão esses princípios os mesmos
dos outros credos cristãos? São esses incoerentes privilégios a um credo não
reconhecido oficialmente que ofende a dignidade de uma parte da nação!
Ah! Se um dia no Brasil houver uma explosão de indignação como a que
se deu na ultracatólica Espanha, na Itália, sede do Catolicismo e em outras nações,
e o povo invadir subitamente esses antros satânicos, certo é que a suposta maioria
católica sofrerá bastante na sua porcentagem, encontrando ali, em vez de santas
mumificadas, uma verdadeira fábrica de anjos, senão uma nova forma aperfeiçoada
e velada dos haréns da Turquia.
Ainda hoje entre frades e padres perdura certa animosidade que, decerto,
não condiz com os ensinos de Jesus. Uma das últimas razões foi a da invasão de
milhares de frades espanhóis no nosso território, pela expulsão da Espanha,
rechaçando o clero nacional, substituindo-o nas mais rendosas paróquias e nos
melhores cargos eclesiásticos.
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Para prova do que foi mostrado, transcrevemos, com a devida vênia, o
artigo do Diário Carioca de 28.7.33, em que fala um monge baiano:
“DEPOIS DE OITO ANOS DE MARTÍRIOS—DESPIU O
HABITO DE MONGE CARMELITA O SR ANTÔNIO
VALADARES — BAHIA, 27”
“(União) — Causaram verdadeira sensação nesta
capital, onde o povo é essencialmente católico, as declarações
do sr. Antônio Valadares, que acaba de despir o hábito de
monge carmelita, deixando a vida do claustro 'depois de oito
anos de martírios', conforme afirmou ao Diário de Notícias."
"Como baiano e como brasileiro, não podia mais ouvir calado,
sem ter consentimento de levantar a minha voz de patriota,
contra os insultos, as pirraças, as palavras amargas de crítica e
ofensa, dirigidas, constantemente, pelos monges estrangeiros
do Convento do Carmo, aos homens e às coisas do Brasil.
Para eles, que vivem maldizendo do solo protetor que os
acolhe com carinho, nada do que é nosso presta, nada vale, no
nosso querido Brasil, sempre por esses homens maltratados
nas mesas de refeições, nos recreios, em todas as horas."
“E como afirmação de maior sensação, encontramos
nas declarações do sr. Antônio Valadares este pequeno
trecho”:
"... É tanta coisa que causa horror: os nossos
patrícios, meninos alunos da Escola Apostólica, são
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maltratados e até esbofeteados pelos habitadores do Convento
do Carmo. Ainda espero que os meus patrícios, um dia,
possam reagir contra esses indivíduos, que foram corridos de
sua terra por não poder ela mais suportá-los".
Onde, porém, culmina o arrojo da afronta é no haverem esses mesmos
frades, em número de 700, conseguido, quase, a supressão do Instituto dos Cegos e
Mudos, para desalojá-los e ocuparem, à guisa de hospedaria eterna, a propriedade
em que agasalhamos infelizes patrícios, que iriam para a rua sofrer os maiores
rigores!
Felizmente Deus teve piedade deles e interpôs o braço de um patriota
que ocupara cargo saliente no governo provisório paulista.
Não foi Jesus, decerto, nem seus apóstolos quem instituiu os conventos,
e jamais eles se referiram a essas agremiações de indolentes e improdutivos. Fora
os frades e os padres que inventaram essas prisões, a fim de separarem suas
vítimas das respectivas famílias, e poderem governar mais à vontade essas
consciências ingênuas e indefesas, apoderando-se de seus corpos, seus espíritos e
de suas heranças.
Mas não julgue o leitor que é frade ou freira quem o quer ser; ou que
baste querer alguém seqüestrar-se, para logo ser aceito até a morte. Esse desejo
poderá ser satisfeito, após sindicância, mediante grossa jóia ou dote de quantia
equivalente aos anos de probabilidade de vida, e essa não é pequena. Ademais, a
soma realizada irá estabelecer a condição monástica, a qual pode abranger, desde o
lugar de lavador de pratos até os mais altos cargos. A santidade ali não tem cotação
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para a Congregação; só serve ao próprio seqüestrado, pois a casa não é Asilo de
Inválidos.
Naquelas antigas eras do Reinado da Paz, essas Confrarias eram
mantidas pelo povo, pagava-se o dízimo da Ordem, como Abraão e Melquisedeque,
e os futuros profetas ou profetisas eram selecionados pelo noviciado ou pela
vocação espontânea, após rigorosos exames e terríveis provas físicas e morais,
antes de se poderem dedicar à missão de porta-voz do Altíssimo. Hoje os conventos
são as instituições mais ricas do mundo e vivem de fabulosa renda, sem prestar
benefício à sociedade, pois as supostas missões, se bem que rotuladas de
propaganda cristã, visam a outros fins. Há um fato curioso a notar: para os
proventos, todos esses sacerdotes são brasileiros; para as obrigações ou deveres,
são romanos, isentos de tudo: sorteio militar, júri, impostos etc. Estes são para os
leigos, ou seja, para os patetas.
Eis por que não há mais profeta neste planeta!
Eram nessas Congregações que se preparavam também os Pontífices,
que tinham de desempenhar o cargo de Rei de Justiça, como Melquisedeque, Jó,
Abraão, Moisés, Davi, Salomão, Samuel e Jesus.
Quem tiver lido as obras a respeito das iniciações na Antigüidade271, bem
poderá compreender o que diz Davi, em seus Salmos LXVI, 12: "Fizestes com que
homens cavalgassem sobre nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas
nos trouxestes a um lugar copioso".
Nessas iniciações, era hábito mudar-se o nome do neófito, uma vez que
ele tinha vencido as provas. Sem pretendermos citá-los, o que seria vã pretensão,
destacaremos, porém, alguns: assim, Jó era o hieróglifo do cão de Syrius,
271 Pierre Christian — Histoire de Ia Magie.
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significando a exaltação, tanto na alegria como na dor. Abraão passou a ser
Abraham, Moisés passou a chamar-se Oshar-Siph. O nome de Jesus já era
aplicação de IshO — Verbo. Ele mesmo, ao iniciar alguns dos seus discípulos,
adotou o mesmo hábito, por isso apelidou Simão de Pedro, Levi de Mateus, João de
Tiago de Boanerges, Dídimo de Tome, segundo os evangelhos272, Saulo tomou o
nome de Paulo etc. Ainda hoje, papas, frades, freiras etc. tomam outros nomes,
segundo a tradição de suas ordens. O mesmo se dá no Lamaísmo.
Quão diferentes são esses adeptos de vários santos e santas, como os
monges do Budismo e do Lamaísmo, que procuram imitar as virtudes de Buda.
A maior parte desses ascetas, desses anacoretas, vive nas montanhas,
sofrendo as intempéries do frio e as necessidades da fome, magros e esqueléticos,
ao passo que os monásticos do Catolicismo são vistos nas avenidas, nédios, gordos
e corados, usufruindo as vantagens dos automóveis e da boa mesa.
Questão de gosto e de época!
Que pobres incautos continuem a lhe beijar as mãos, e assim lhes apraz.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
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